Golden Guitar
Super Herói: Golden Guitar
Autor: Rivaldo Macedo, Anísio Torres e Rubens Cordeiro
Ano: 1967
Alter Ego: Renato Fortuna
Poderes: Não possuía superpoderes, mas em compensação tinha como arma
uma guitarra dourada cheia de truques, que atirava “mil trecos” (servia
como metralhadora, arpão, zarabatana...), e um “carrão” Abarth “hi-tech”
de cor vermelha, estilo “Astor Martin” do 007 que podia fazer “com
facilidade 260 km/h
Base de Atuação: Planeta Terra - São Paulo/Brasil
Site: http://
Golden Guitar - Em 1967 o pessoal da Jovem Guarda estava em alta. Era o
tempo de expressões do tipo “É uma brasa, mora?”, “Essa garota é
papo-firme”, “Morou ou boiou?”, dos Beatles, Roberto Carlos, da série de
TV “Mod Squad” e outros “bichos”. Tudo meio ingênuo e muito datado
hoje, mas na época era um “barato”. Para aproveitar a “onda” da Jovem
Guarda e para substituir a série “Archie”, que tinha dificuldades de
importar dos Estados Unidos, a editora paulistana Graúna, formada por
uma equipe do “Jornal da tarde”, resolveu lançar um super-herói que
encarnasse aquele espírito dos simpáticos “teenagers”.
Golden
Guitar era um herói mascarado de uniforme no estilo “mod-londrino”. Não
possuía superpoderes, mas em compensação tinha como arma uma guitarra
dourada cheia de truques, que atirava “mil trecos” (servia como
metralhadora, arpão, zarabatana...), e um “carrão” Abarth “hi-tech” de
cor vermelha, estilo “Astor Martin” do 007 que podia fazer “com
facilidade 260 km/h”.
A turma da editora Graúna era liderada
por Ulisses Alves de Sousa e pelo diretor de arte Rivaldo Macedo (o
autor do “Zé Latinha”). Este último é apontado como o criador do herói
junto a Anísio Torres que publicaram o personagem em 1967. Os roteiros
do Golden Guitar, criados em equipe, narravam as aventuras do cantor de
iê, iê, iê Renato Fortuna (calcado em Roberto Carlos) que, auxiliado por
seu mordomo Oliver, se transformava em super-herói para combater o mal.
GG tinha como inimigos “figuras” como “Cabeleira — o Barra Suja” (um
careca usando peruca, no n° 1), “O Violinista” (no n° 2), um vilão que
tocava o instrumento favorito dos “coroas”, e “Hydra”. Na identidade de
Renato, nosso jovem herói era acompanhado por sua banda — Os Taiobas —
formada por Bolha, Beto e o balofo Bolão (eles tiveram uma HQ solo, no
no. 2) e por sua “mina”, Verinha. Mas o único que conhecia o segredo de
Golden Guitar/Renato mesmo era o fiel mordomo Oliver.
Essa
deliciosa e verdadeira capsula do tempo era desenhada pela dupla Apa
(José Aparecido da Silva, que fazia os desenhos a lápis) e Rubens
Cordeiro (responsável pela arte-final). A exceção foi o quarto e último
número, que teve arte exclusiva de Cordeiro e roteiro solo de Luscar.
As revistas tinham 32 páginas, preto e branco e capas coloridas. Nas
últimas capas, cada revista trazia uma linda ilustração de um
calhambeque, produzida por Omar Grassetti. Além da revista de linha,
teve também um almanaque onde o herói é chamado de “Capitão Guitarra” e o
“Superalmanaque 3 heróis” — uma publicação de encalhe que reuniu em um
único volume as revistas-sobras do “Homem-Fera”, “Mistyko” e “Golden
Guitar”. Golden Guitar apesar de representar um movimento iniciado com o
programa de Tv "Jovem Guarda" da Record apresentado por Roberto Carlos,
Erasmo Carlos e Wanderléia não alcançou o mesmo sucesso. Todos os
elementos da época como comportamentos, música e moda, bem como as
gírias estavam presentes na história. Somente o uniforme peculiar do
herói foi inspirado no "Captain Scarlat", uma série de tv britânica de
1967 e 1968.
Renato Fortuna após saber da existencia do vilão
Cabeleira, decide elaborar uma nova arma, a famosa (Guitarra Dourada)
tendo o auxílio de seu fiel mordomo Oliver nessa empreitada. A guitarra
pode soltar gás lacrimogênio, atira um cabo de nailon a trinta metros e
ainda cápsulas narcotizantes além de outras coisas.
Como bem
notou uma revista paulista dos anos 90, Golden Guitar é um dos primeiros
super-heróis brasucas totalmente originais, e não um mero plágio dos
heróis americanos, como era praxe naqueles anos 60.
Em
depoimento no Facebook, Tony Fernandes lembrou que, em 1993, ele e seus
colegas da Phenix Editorial, pensaram em ressuscitar o personagem.
“Reynaldo de Oliveira tinha os originais e os levou até a mim”, lembrou
Fernandes. “Mas, os textos eram muito Jovem Guarda, cheios de gírias
ultrapassadas. Daí desistimos desse incrível herói teen”. Em julho de
2000 uma revista paulista anunciou que havia planos para Golden Guitar e
outros super-heróis brasucas dos anos 60 voltassem em “edições
especiais”. Porém, nada de concreto aconteceu. Em 2008, Emir Ribeiro
trouxe rapidamente GG no n° 2 de “Velta: 35 Anos”, numa rápida
participação de homenagem.
Em 2019 foi anunciado o retorno de
Golden Guitar na revista em quadrinho "Os Patrões", que até o momento
ainda não tem previsão de lançamento.
Arte feita para o "Catálogo de Heróis Brasilerios" de Lancelott Martins.
Golden Guitar - traço e cores por Zilson Costa/2017
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