Tormenta


Super Herói: Tormenta
Autor: Edu Manzano
Ano: 1986
Alter Ego: Eder Pedrosa
Poderes: Agilidade fora do comum, hábil lutador, especialista em confronto corpo a corpo
Base de Atuação: Planeta Terra - Brasil - São Caetano do Sul/SP
Site: https://www.iconescomics.com/
Facebook: https://www.facebook.com/Tormentasuperheroi

Tormenta - O TORMENTA da antiga editora Júpiter 2 é um super-herói criado por Eduardo Manzano. O autor foi o co-fundador da SM Editora, posteriormente "Júpiter 2", ao lado de Salles, e co-criador do primeiro super-herói da editora, o "Máscara Noturna". Também já desenhou muitas histórias de personagens da editora, incluindo a primeira parte de Capitão Macnamara e a Invasão Extraterrestre e a dramática Alameda da Saudade.

Antes de tudo, é preciso dizer que TORMENTA não nasceu dentro da editora. O herói foi criado em 1986, e sua primeira história publicada foi o fanzine Heróis Brazucas # 9, de 2001, editado por Francinildo Sena. Em 2004, Salles e Manzano lançaram um fanzine com o personagem, chamado Tormenta Número Zero. E só em 2007 que TORMENTA ganhou gibi pela então SM Editora, e, desde então, com a autorização de Manzano, o gibi foi um laboratório para roteiros de HQ, apresentando diversos modos de se narrar histórias – e a maior parte dos argumentos de Tormenta foi elaborada pelo próprio Salles, que escreveu alguns roteiros. Por isso, o herói viveu aventuras diversas: enfrentando personagens superpoderosos, criaturas malignas, vivendo aventuras baseadas em filmes... e até na selva ele esteve! E até mesmo viveu uma aventura ao lado do personagem Vulto, o Vigilante, de Wellington Santos. Porém, tudo mantendo a principal característica do personagem: é um herói humanizado, sem superpoderes, que depende mais da sorte, de suas armas e de suas habilidades físicas para vencer os desafios.  Essa mistura de estilos se estende até aos desenhistas escalados para dar forma às aventuras, como se verá a seguir.

O TORMENTA é a identidade heroica do publicitário Éder Pedrosa, que defende a cidade de São Paulo usando uma roupa colante inteiriça vermelha, uma máscara com manchas pretas inspirada na banda Kiss e os longos cabelos negros esvoaçantes. O atlético Éder, como eu disse, não possui poderes, apenas conta com suas armas e seu conhecimento de artes marciais. Ah: e aparece, tal como um Homem-Aranha, se balançando sobre os prédios da cidade, em cordas que sabe-se lá onde estão amarradas. A única pessoa que conhece sua identidade secreta, e sua principal apoiadora, é sua bela esposa, Rita. Quando ela aparece, geralmente está em casa, usando roupas sumárias como camisolas e lingeries – pelo menos, nas primeiras histórias. E está sempre disposta a curar os ferimentos do herói, quando ele chega em casa após um combate.

O Tormenta teve sua primeira aventura publicada no antológico fanzine Heróis Brazucas n.9 (editado por Francinildo Sena), no ano de 2001. Como José Salles havia gostado muito do visual do personagem, juntamente com o autor lançaram um fanzine todo dedicado a ele (Tormenta Número Zero, de 2004). Tormenta ainda apareceria em alguns outros fanzines antes que ganhasse revista própria pelo selo SM Editora (posteriormente Júpiter II) em março de 2007. Com plena autorização do autor, Salles fez deste título do herói um “laboratório” para roteiro de HQs, apresentando alguns diferentes estilos de se narrar aventuras, sendo que o próprio Manzano se encarregou de desenhar todo o terceiro número de seu personagem. No sexto número as experiências continuam, e de forma muito especial: contaram com o traço de José Menezes, mui experiente artista dos Quadrinhos, participante dos tempos áureos dos gibis, ativo ilustrador da extinta Rio Gráfica e Editora (RGE) de Roberto Marinho, onde pôde trabalhar desenhando variados gêneros e personagens clássicos dos comics a exemplo de Jim das Selvas, Fantasma, Flecha Ligeira, entre outros. Tão logo Menezes aceitar ilustrar uma aventura do Tormenta, Salles procurou escrever um roteiro no estilo do que era visto naqueles gibis do passado, por isso, os fiéis leitores do Tormenta que vinham acompanhando os números anteriores, onde aparece em histórias urbanas bastante humanizadas, desta feita se depararam com o herói vivendo uma aventura feito Jim das Selvas, feito um Tarzan. As sequencias de luta contra animais ferozes poderão até chocar os leitores mais jovens, mas assim eram aquelas aventuras nas HQs do passado. E, como se trata de uma HQ “retrô”, como roteirista eu não poderia deixar de lado aquelas referências. José Menezes já vinha brindando os leitores dos gibis da Júpiter II com seu bonito trabalho em Histórias Sagradas, em duas edições já publicadas e uma terceira a caminho. E o autor do personagem, em conversa com Salles, declarou-se muito feliz com a participação de José Menezes, de quem Manzano há muito se tornou fã através dos gibis de terror da Bloch Editores da década de 80 do século XX, com inúmeras histórias produzidas por Menezes. 
 
Quanto à origem do personagem, Manzano não havia estabelecido oficialmente. Essa tarefa ficou com Wellington Santos, quando lançou o crossover entre Vulto e Tormenta, em 2012 (do qual falaremos mais tarde). Segundo Well, a gênese do herói se deu quando Éder Pegoraro foi fazer um trabalho social em um hospital infantil. Lá, ele conheceu Luís, um garoto lá internado, que adorava desenhar – o gosto comum pelas artes fez com que ambos ficassem imediatamente amigos. Mas, naquele mesmo dia, um grupo de viciados assaltou o hospital em busca de remédios. Eles são dominados pelos seguranças, exceto um, que consegue fugir para o pátio onde estão Éder e Luís. Éder consegue dominar o bandido, mas este puxa uma arma e atira no publicitário. Mas Luís se atira na frente de Éder e toma o tiro fatal. O assaltante foge, e Luís morre nos braços de Éder. Inconformado, o publicitário resolve criar uma fantasia de super-herói e sair à caça do bandido. Claro que, com a missão cumprida, Éder acaba tomando gosto pelo combate ao crime, e resolve se tornar o “vigilante vermelho” de São Paulo. Ao menos, esta é a versão “oficial” dos fatos, por enquanto. Falta, entretanto, a explicação do nome.  As aventuras de TORMENTA têm doses de humor, crítica social, violência explícita, aventura, ação e pitadinhas de erotismo, dependendo da situação. Vale lembrar que o personagem tem outra origem inspirada no caso do Césio 137 em Goiânia de 1987, onde sua mãe teria sido vítima.
 
O Tormenta é pura aventura e diversão em contraponto com o Máscara Noturna, eu sentia falta de um personagem despojado e nos moldes dos heróis dos anos 70. Amante de nostalgia, o José Salles de cara se apaixonou pelo personagem e me convidou para criar sua revista. Lançamos 8 números e é muito querido ainda pelos leitores que me cobram até hoje para lançar novas aventuras! diz o autor. Teve 8 edições lançadas pela editora Júpiter2 e pelo selo Ícones até 2019 quando o autor encerrou sua carreira nos quadrinhos.

Até agora, descontando o crossover com o Vulto, TORMENTA teve sete números lançados, todos com uma história única, a saber:

TORMENTA no. 1
Lançado em março de 2007.
A estreia na SM Editora foi com a aventura Um Inimigo Quase Invencível, com argumento de Salles e roteiro e arte de Douglas Félix. Ela começa quando dois assaltantes invadem a casa de um cientista – um deles, morrendo de sede, bebe uma fórmula que o tal cientista, que acaba morto pelo outro assaltante, mantinha guardada na geladeira, um soro que torna quem o consumir invencível. Ao se dar conta de que ficara forte e poderoso, o assaltante mata seu parceiro e dá uma tremenda surra em Tormenta, que aparecera para enfrenta-lo. Enquanto o bandido sai por aí cometendo atrocidades, Tormenta convalesce, e só com uma ajudinha espiritual ele readquire forças para enfrentar o bandido novamente. O roteiro é emocionante, com economia de textos e com cenas fortes, mas a arte, cheia de grandes detalhes pretos, abusa desnecessariamente dos grandes closes, e em alguns momentos, é difícil distinguir o que os personagens estão fazendo. A capa é de Edu Manzano.

 
 
 
 
TORMENTA no. 2
Lançado em dezembro de 2007.

Trazendo uma aventura que puxa para o lado do terror: Tormenta vs. Saci-Pererê, com argumento de Salles, roteiro e desenhos de Renato Rei e arte-final de Luiz Meira (a mesma equipe criativa de Rajada, da mesma editora). Na trama, Éder e Rita estão viajando para o interior, acompanhados de dois casais que ficam amigos deles. Mas esses casais acabam sendo brutalmente assassinados, e Éder, que trouxera o uniforme de Tormenta na bagagem, decide caçar o criminoso. E o criminoso é o famoso personagem folclórico, o Saci-Pererê, mas esqueça o saci dos livros infantis: aqui, ele é gigante, psicopata, armado com um machado e usa uma perna mecânica além da famosa perna única! TORMENTA em sua aventura mais sangrenta, cujo clima de terror é acentuado pela arte realista de Rei e Meira. Cheio de cenas de alto impacto. A capa é de Douglas Félix, com arte-final de Luiz Meira.
 
 

 
 
TORMENTA no. 3
Lançado em abril de 2008.

Primeiro gibi do herói lançado após a editora mudar o nome para Júpiter 2. Trazendo a aventura Herói da F.E.B., com roteiro de Salles e arte de Edu Manzano. Na trama, um veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combatera na Itália durante a 2ª Guerra Mundial, ao voltar para casa após uma confraternização com outros veteranos, é sequestrado por um violento grupo de jovens que quer assalta-lo. Nos diálogos que se seguem, e até a intervenção de Tormenta, o velho conta histórias de sua participação na campanha da Itália. O roteiro traz uma reflexão contundente sobre como os valores da sociedade mudaram dos anos 40 para cá, e sobre a importância da preservação dos exemplos do passado às futuras gerações. A arte de Manzano, em sua arte realista em linha-clara, apresenta um capricho maior que o observado, por exemplo, em Capitão Macnamara – parte 1, mas com alguns deslizes em proporções, sombreamento e poses de ação. A capa também é de Manzano. Inclui seção de cartas dos fãs.
 

 
TORMENTA no. 4
Lançado em fevereiro de 2010.

Após um longo hiato, TORMENTA volta com a história Pacto de Sangue, com roteiro de Salles e arte de Dennis Oliveira. A trama se inspira no filme Double Indemnity (Pacto de Sangue), de Billy Wilder, de 1944, clássico dos filmes noir. Na trama – para quem não conhece o filme – um amigo de Éder Pegoraro, Edson, é amante de uma mulher insatisfeita, e os dois planejam matar o marido dela, dono de um supermercado, para ficar com a herança. Edson mata o homem, mas depois descobre que foi usado pela mulher, e planeja se vingar. A intervenção do TORMENTA se dá quando as coisas fogem do controle. Quase dá pra dizer que a arte de Dennis Oliveira, apesar de realista e impactante, é “fofinha”, deixando os personagens mais simpáticos. A capa é de Oliveira, e inclui, pela primeira vez, uma ilustração pin-up, de Edu Manzano.
 

TORMENTA no. 5
Lançado em novembro de 2010.

Trazendo a aventura dramática O Velho Amigo, com argumento de José salles, desenhos de Dennis Oliveira e arte-final de Flávia Andrade. Na trama, Éder Pegoraro volta ao bairro onde passou a infância, e revê uma mulher querida, vizinha que praticamente o criou. E revê os dois filhos dela, seus amigos. Um deles, o mais velho, entretanto, está envolvido com “más companhias”, e, a pretexto de darem uma vida melhor à mãe, é convencido a cooptar o irmão mais novo a colaborar com um assalto a uma casa. A intervenção do Tormenta pode evitar o pior, mas não uma tragédia. A história é dramática e traz uma reflexão sobre os motivos que podem levar os jovens para a vida de crimes. A arte de Oliveira continua simpática, apesar das linhas mais grossas de Andrade, e do conflito aparente entre o desenho realista e o caricatural. Mas é uma das melhores histórias até agora. Capa de Wellington Santos, com cores de Oliveira, e ilustrações pin-up de Edu Manzano, Dennis oliveira e Adauto Silva.


TORMENTA nos. 6 e 7
Lançados, respectivamente, em abril de 2011 e fevereiro de 2012
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As duas edições trazem uma aventura em duas partes, A Grande Aventura, com roteiro de Salles e arte de José Menezes – que o pessoal conheceu nas coleções O Bom e Velho Faroeste e Histórias Sagradas. A intenção de Salles, com essa aventura, é homenagear os antigos jungle comics – os quadrinhos de aventura ambientados na selva, com os quais Menezes trabalhara muito quando “continuou” comics norte-americanos para a editora RGE. Assim, a aventura é cheia de referências a séries como Tarzan, Jim das Selvas, Fantasma e Turok. Entretanto, o roteiro e sua condução são os mais fraquinhos da coleção, pois valorizam muito as cenas de ação e mais confundem que explicam, além de os clichês presentes na aventura mais afastarem que atraírem os fãs mais velhos do gênero. Para os leitores mais novos, dá pro gasto. Na trama, Tormenta é inesperadamente atraído, por um portal dimensional que apareceu do nada, para uma misteriosa selva, em um mundo semi pré-histórico. Lá, Tormenta enfrenta feras selvagens, dinossauros, homens-lagarto, se envolve com uma sensual princesa de uma civilização selvagem, vira gladiador em uma cidade perdida na floresta, ganha a companhia de um chimpanzé e de um garoto indígena, veste várias roupas diferentes... enfim, um grande número de referências às jungle comics – e com uma pitada de sensualidade proporcionada pela tal princesa, que quer fazer de tudo para que Éder fique com ela. Mas, como disse, é o roteiro mais fraco da coleção. Pior que a arte de Menezes não ajude muito, visto a idade avançada do artista. Assim, a arte do gibi é meio prejudicada pelas pinceladas de preto e pelos erros de proporção. A edição # 6 tem capa de Menezes com cores de Adauto Silva, e pin-up de Edu Manzano; e a # 7 tem capa de Adauto Silva e ilustrações de Marcos Fabiano Lopes (que faz um TORMENTA em Super Deformed, ou SD) e José Menezes.


           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VULTO E TORMENTA - dois heróis humanos

VULTO E TORMENTA – DSF, A SUPER AMEAÇA foi publicado em setembro de 2012, tem 44 páginas sem contar capa, e faz parte da cronologia do Vulto – portanto, é o quinto gibi do personagem pela Júpiter 2 – sexto, se contarmos a edição independente de 2005, onde é apresentada a origem do herói. E o oitavo do Tormenta. Recentemente, saiu o sexto/sétimo gibi do Vulto, O Esquartejador. Deste falaremos mais tarde.

O gibi de crossover entre Vulto e Tormenta foi produzido a quatro mãos: a primeira parte da aventura, das páginas 01 a 26, foram desenhadas por Wellington Santos; da página 27 a 38, a arte fica a cargo de Raimundo Gomes, que segue, com pequenas diferenças, o estilo de Well, tornando a diferença quase imperceptível.

Nesse crossover, Well e Rai seguem o mesmo estilo usado pelo criador do herói em Vulto – Enchentes: arte em preto-e-branco, sem os tons de cinza usados nas primeiras aventuras. De resto, é a mesma arte realista e fortemente detalhada que se tornou marca registrada de Well – mas a maior preocupação do desenhista, que adora desenhar homens musculosos, foi impedir que o Tormenta ficasse “bombado” como o Vulto, ou seja, o herói seria retratado como um homem de porte atlético, simplesmente. E o seu uniforme ganhou acréscimos: luvas e uma máscara que cobre apenas o rosto do Tormenta.

Na parte do roteiro, vemos os heróis tal como já conhecemos: combatendo uma nova ameaça à sociedade – um clamor que se faz cada vez mais forte visto a situação atual. Well buscou um motivo genuíno para fazer os dois heróis se juntarem – e, conseguindo, faz com que o Vulto saia de Belo Horizonte e viva uma aventura em São Paulo, terra natal do Tormenta. E o indispensável clichê desse tipo de história não pode faltar: a trama básica herói-encontra-herói, herói-pensa-que-herói-é-vilão, herói-enfrenta-vilão, heróis-se-entendem, heróis-se-juntam-contra-inimigo/ameaça-comum. Fórmula que funciona desde sempre. O resultado, apesar do vício frequente de Well de “picotar” desnecessariamente os textos em várias caixas espalhadas pelos quadros,ficou bom e convincente, levando-se em conta que ambos os heróis tem muito em comum: Nelson Montenegro, o Vulto, e Éder Pegoraro, o Tormenta, não tem poderes, e contam apenas com seu preparo físico e seu manejo de armas para enfrentar ameaças.

E a história tem um toque maior de atração: Wellington Santos estabelece a origem, até agora “oficial”, do Tormenta, que Salles e Manzano ainda não tinham se preocupado em desenvolver. Segundo Well, Éder Pegoraro resolveu se tornar o herói depois que um amigo seu, um garoto interno em um hospital onde o publicitário foi fazer um trabalho beneficente, morreu ao tomar um tiro de um assaltante. Já a origem do Vulto, rememorada na trama, é bem conhecida, já foi contada muitas vezes na coleção – Nelson Montenegro, ex-integrante de uma força paramilitar, assumiu a identidade do herói após descobrir que o grupamento estava envolvido com o tráfico de drogas, e um declarou guerra contra o outro.

Bem. A trama de DSF – A SUPER AMEAÇA gira em torno da substância do título, a Droga Super Força, uma nova droga anabolizante desenvolvida por um traficante e fisiculturista de Belo Horizonte, Marcelo “Touro”. A tal droga, ainda em fase de desenvolvimento, seria capaz de ampliar a força humana a níveis extraordinários, o que garantiria uma fortuna maior a “Touro”. Porém, como a droga ainda apresenta imperfeições, o traficante busca o apoio de César Mantovani, um empresário paulistano que o ajuda a aprimorar a droga.

Na primeira parte da aventura, o Vulto, sempre de butuca na gangue do tal traficante, busca impedir que o DSF seja concluída. Ele até consegue chegar ao laboratório onde a droga está sendo desenvolvida e dá um “susto” no pessoal. Um dos membros da gangue, apavorado, dá a pista que “Touro” está em São Paulo, por isso Nelson Montenegro resolve viajar para São Paulo – não sem antes conversar com seu maior aliado, o delegado Anderson Costa, e se despedir da sua amada Márcia.

Em São Paulo, o Vulto contará com a ajuda do incorruptível delegado Salles (homenagem de Well ao editor, José Salles) para encontrar “Touro” e Mantovani. E é justamente numa perseguição entre os prédios de São Paulo que Vulto encontra Tormenta. No início, os dois se enfrentam, um julgando que o outro é vilão; mas depois, ambos se entendem (e, mais tarde, trocam confidências), desfazem o engano e se juntam para enfrentar assaltantes em um prédio comercial – antes mesmo de ambos encontrarem o delegado Salles.

O Tormenta também é retratado em sua vida cotidiana, como Éder Pegoraro, ao lado da sua querida esposa Rita, antes de partir para a ação para valer.

Enquanto isso, no esconderijo de “Touro” e Mantovani, a droga já está pronta para ser testada em seres humanos – só falta uma cobaia. No local, está infiltrado um espião da polícia, o Agente Manzano (sim, outra homenagem, desta vez a Edu Manzano, criador do Tormenta). Mas, assim que é descoberto pelos bandidos, o Agente Manzano está prestes a se tornar a cobaia da nova droga. Porém, Vulto e Tormenta, já entrosados, chegam para impedir a ameaça. Confiram para ver como a aventura termina.

O gibi é completo com um posfácio de Wellington Santos, contandosobre o processo de elaboração da história; fichas resumidas dos dois heróis e ilustrações pin-up de Dennis Oliveira, Raimundo Gomes e Pedro Belchior e, vejam só, de Wellington Santos Júnior e Erick Santos, os filhos pequenos de Wellington Santos!

O gibi custa ou custava R$ 5,00, e pode ser adquirido pelo e-mail smeditora@yahoo.com.br. Conheçam outras revistas da editora em http://jupiter2hq.blogspot.com.br/

Tormenta - Origem alternativa

Goiânia, Brasil, 1987.

A tragédia com o isótopo radioativo Césio 137* é conhecida por todos. Isaura foi uma das vítimas da contaminação, na época frequentava a casa de seu primo, um dos catadores que segurou o isótopo radioativo e ela também teve contato prolongado com objeto.
Isaura, assim como as demais vítimas, logo adoeceu, sendo internada e tratada do envenenamento radioativo, mas ela não sabia que estava grávida de duas semanas. Ela e o bebê foram monitorados durante 3 meses, enquanto ela passava pelo processo de descontaminação, o seu bebê era monitorado e seguia um tratamento com os recursos da época.

Isaura recebeu alta e após alguns meses nasceu Gabriel, mas, infelizmente, os sobreviventes ao Césio sofriam com o preconceito da população e se mantém até os dias de hoje. Isaura decidiu por viver isolada na chácara de seus pais no interior de São Paulo.
Com o passar do tempo, Isaura começou a perceber mudanças em seu filho, o desenvolvimento de Gabriel era mais rápido que das outras crianças, além de apresentar uma inteligência e os sentidos mais aguçados. À medida que ele crescia mais apresentava outras características, nunca adoecia e suas lesões ou machucados eram curados rapidamente, além de apresentar descomunais força e agilidade em seus movimentos. Diante de todas essas mudanças, Isaura achou melhor se afastar mais das pessoas, caso notassem as mudanças de Gabriel e o protegeria de qualquer mal.
Ela foi obrigada a vender a propriedade dos seus pais e com o dinheiro restante se mudou para a Capital, onde seu filho teria uma chance de crescer e ter um futuro, agora que ele conseguia entender que deverá manter seus dons em segredo. 

Eles foram morar na periferia e tiveram logo que se acostumar a conviver com a violência e as mazelas de uma grande cidade. Depois de um tempo, Isaura conhece Daniel, homem justo e bondoso, logo se torna um pai afetuoso e próximo para Gabriel.
A adolescência de Gabriel gerou em torno da perda dos amigos às drogas, ao tráfico e à violência.  Um cenário que acaba construindo seu caráter e toma conhecimento pelos noticiários de outros como ele, com os mesmos dons e que salvam pessoas, aumentando a sua vontade de se tornar um justiceiro urbano.
Quando Gabriel soube que seus pais foram espancados por traficantes, a sua vontade de justiça eclodiu de vez, a partir desse momento nasceu o Tormenta. O nome foi inspirado por um amigo de infância, filho de bolivianos, que foi assassinado pelo tráfico, durante as brincadeiras ele sempre que avistava nuvens dizia: “La tormenta se avizinha”.
A partir de agora o mundo ganha um novo justiceiro mascarado.
“Atualmente, Gabriel é professor de artes, e baixista em sua banda de Heavy Metal, The Prophecy”. 
Gabriel, o Tormenta vive hoje na cidade de São Caetano do Sul/SP, sua base de operações! 

Quando iniciou seu combate ao crime de tráfico, Gabriel utilizava de armas de fogo, mas as abandonou depois que se vingou dos que espancaram seus pais. 


*O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. 
A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, em que o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.

O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro-velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.


Na edição especial lançada no ano de 2012 pala editora Júpiter 2 trazendo o encontro entre o herói Vulto e Tormenta, o artista daquela edição Wellington Santos, publicou em parte da HQ "DFS Super Ameaça" uma "origem" para o herói Tormenta autorizada por mim para ser usada naquela história em que Tormenta conta sua origem ao Vulto; onde um aluno se põe entre Gabriel um professor de escola (alter ego do Tormenta) e um bandido, sendo alvejado e morto e assim Gabriel decide se tornar o Tormenta para vingar a morte do menino.

Convenhamos, observando as hqs anteriores e essa própria, percebemos que Tormenta é um cara altamente treinado em artes marciais e luta, tendo força e velocidade acima da humana e até aquele momento um habilidoso utilizador de armamentos, uma incongruência com a vida de um pacato professor de escola concordam?

Num rápido e evidente exercício de raciocínio, percebemos que a história criada por Tormenta era uma mentira contada naquele momento para ganhar a confiança de Vulto.



--- FICHA---
Nome: Gabriel E. Mendonça
Codinome: Tormenta
Pele: Branca
Olhos: Castanhos
Cabelos: Pretos e longos
Altura: 1,87m
Peso: 90 kg
Parentes: Isaura Mendonça (Mãe), Rita Oliveira (Esposa)
Idade: 31 (mas sua fisiologia o faz envelhecer mais lentamente que a do ser humano normal).
Base de Operações: São Paulo
Poderes e Habilidades: Cicatrização acelerada, alta tolerância a envenenamentos e doenças.
Habilidades e Velocidade aceleradas, inteligência acima da média.
Gabriel tem a capacidade de aprendizado imediato ou seja sua mente assimila e imediatamente reproduz o que aprende, assim ele foi capaz de desenvolver um estilo unico de luta baseado em um misto de todas as técnicas que aprendeu.
Seus poderes adquiridos à exposição ao Césio 137 ainda estão em desenvolviimento em seu
corpo.
 
 
 
PUBLICAÇÕES COM O TORMENTA

Esta foi a edição de origem de abril de 1987, o fanzine trazendo a origem do Tormenta já com seu visual, mas apenas em setembro de 1989 ele foi registrado na Biblioteca Nacional sob o número de matrícula 101.989. 

 

 
Primeira Aparição em outra revista - Fanzine Heróis Brazucas nº 9 (2001) com a HQ ""Um sentimento contra o Caos" (Roteiro de Edu Manzano e Francinildo Sena e arte de Edu Manzano! O Fanzine é até os dias de hoje editado por outro herói das publicações independentes e criador do herói Crânio, Francinildo Sena.
 

 
Tormenta nº 0 (2004) Este fanzine, lançado pelo lendário editor independente José Salles é icônico por duas razões,  O início de minha parceria com José Salles e foi o embrião, a edição que deu origem ao que viria ser a Editora Júpiter2 (inicialmente SM) editora seminal criada por José Salles e Edu Manzano que publicou importantes capítulos do quadrinhos nacional.
Esta edição trás 3 histórias: "Um sentimento contra o Caos" (Roteiro de Edu Manzano e Francinildo Sena e arte de Edu Manzano - a primeira hq do Tormenta ), "O Mal não tem Fronteiras" (Roteiro de Edu Manzano e arte de Raul TM) e "A Menina que amava um herói" (Roteiro de Edu Manzano e Gilberto Borba e Arte de Gilberto Borba).

 
Em 2006 o Tormenta já havia arregimentado um publico fiel no setor independente e na revista Edição Quadrinhos nº 3 ele foi capa e Hq principal da edição na história "Uma chance para a inocência" com Roteiro de seu criador Edu Manzano e arte de Arthur Filho! A partir daí o Tormenta se tornaria referência dos super heróis nacionais ganhando título próprio na SM Editora (depois Júpiter2).

Arte feita para o "Catálogo de Heróis Brasileiros" de Lancelott Martins.

Tormenta - por May Santos/2019

Fonte:http://estudiorafelipe.blogspot.com/2014/02/tormenta-o-vigilante-vermelho.html

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