Homem Força

 


Super Herói: Homem Força
Autor: Altair Gelatti
Ano: 1967
Alter Ego: Peri Simões
Poderes: inteligência e força acima do normal, cinto com uma fivela magnética e um cabo resistente para se suspender
Base de Atuação: Planeta Terra - Brasil - Caxias Do Sul/RS
Site: https://www.vintagecomics.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/20ageComics

Homem Força - Foi uma criação do desenhista, roteirista, gerente, redator e diretor da revista “Albatroz” da editora Litoart, de Caxias do Sul (RS) "Altair Laurindo Gelatti". A “Albatroz” de Gelatti era uma publicação que abordava praticamente todos os gêneros. E talvez por causa das inúmeras HQs que produzia, Gelatti não tinha tempo de bolar nomes tão criativos para seus personagens. Por exemplo, seu outro herói importante, de uma HQ de detetives, era chamado de Detetive Nelson.

Em uma certa entrevista lhe foi perguntado "qual era a gênese do Homem Força?" Segundo Gelatti: "Ele era um rapaz puríssimo, que foi escolhido por extraterrestres, marcianos que eram a febre na época. Os mesmos lhe dão uma incrível força para fazer o bem e combater o mal. Hoje temos heróis que também são uma espécie de anti-heróis. Não se sabe exatamente se eles são bandidos ou mocinhos, mau ou bom. Naquele tempo bem e mal estavam em lados diferentes. E o Homem Força era um combatente do bem."

Segundo Gelatti, desenhista de traço realista e limpo, o Homem Força era uma homenagem aos seus super-heróis de infância, em particular o Super-Homem. Só que seu personagem era menos poderoso e mais humano, como o próprio Homem de Aço no início. O Homem Força era, na realidade, Peri Simões, um rico industrial que foi levado ao interior de um disco voador por extraterrestres em visita à terra, e lá foi exposto a "luzes estranhas", ampliando assim seu conhecimento e força acima do normal, e ainda foi presenteado com um traje especial. Segundo Gelatti: "O Homem Força é um Superman antigo. Representa todos os meus super-heróis da infância, que transplantei para minhas histórias, criando um herói menos super forte, menos invulnerável, mais humano". O Homem Força é possivelmente o primeiro super herói criado e publicado em solo gaúcho.

A revista “Albatroz” foi cancelada na década de 70, alcançando a invejável marca de 46 números. Sua vida longa numa praça limitada como a Caxias do Sul da época é explicada pelo apoio publicitário das empresas locais. Depois de 46 números, o artista desistiu de vez dos gibis e passou a se dedicar integralmente ao trabalho na editora e gráfica. O Homem Força, desde então, só foi lembrado pelos fanzines, como “Historieta”, nos anos 80.

O mestre Altair Gelatti nos deixou no dia 25 de outubro de 2020. Em 2018, O Homem Força, personagem clássico de Gelatti, estampou a capa do Gibi X, revista criada pelo publicitário Rogério Casacurta e que segue celebrando o legado artístico do quadrinista. Casacurta conta que conheceu o ídolo em 2009, quando teve a ideia de criar um novo gibi para homenageá-lo:

— Ele (Gelatti) prontamente aprovou minha ideia e fez tudo que pôde para me ajudar com minha revista, que, de certa forma, era dele também, pois o Homem Força foi o grande motivo dela existir. Ficamos amigos desde então, dois guris falando de gibis. Vou continuar lembrando o trabalho dele enquanto eu puder, mas sei que há muito tempo Gelatti já havia imortalizado seu nome na história dos quadrinhos do Brasil — afirma Casacurta.

Na edição nº 1 da Gibi X, a revista republica, em fac-símile, as três primeiras aventuras do Homem Força. As presentes aventuras foram publicadas nos números 8, 9 e 10 da Albatroz, todas de 1967. E todas seguem o estilo de desenho cultivado por Gelatti, realista e algo neoclássico. Na primeira aventura de 10 páginas, "Eis que Surge um Herói", nos é contada a origem do Homem Força. Peri Simões, um jovem honesto e sem vícios que conseguiu, a custo de trabalho honesto, se tornar um homem rico, é escolhido por marcianos – que, há anos, monitoravam nosso planeta através de aparelhos – para passar por um experimento, que lhe confere poderes: superforça, agilidade aumentada e inteligência acima da média. Usando um uniforme que lembra o de um pugilista de luta livre, o Homem Força utiliza suas novas habilidades no combate ao crime – começando por três ex-colegas de infância que trilharam o caminho do vício, agrediram de forma cruel o jovem Peri ainda na juventude, e ainda perpetraram um assalto. Interessante também é o uso da metalinguagem em um trecho da HQ – o próprio marciano explicando ao leitor seu objetivo ao monitorar a Terra, até encontrar Peri.

"Os Misteriosos Ladrões de Joias" é a aventura seguinte, com 8 páginas, e nela o Homem Força faz uso de um de seus equipamentos: um cinto com uma fivela magnética e um cabo resistente para se suspender. Na trama, o Homem Força precisa usar de estratégia para conseguir prender uma quadrilha de ladrões de joias que utilizam uma arma inusitada: gorilas controlados por controle remoto. E ainda por cima tem técnicas próprias para despistar perseguidores. E chegamos à terceira aventura, "O Poço", de 9 páginas. Em perseguição a uma quadrilha de assaltantes, o Homem Força acaba aprisionado em uma mina abandonada, e, por algum motivo, resolve descer em um misterioso poço, onde se depara com uma civilização subterrânea que está prestes a empreender um ataque à superfície. Os seres subterrâneos são resistentes, mas tem nos olhos enormes o seu ponto fraco. E impedir esse ataque haverá de ser um desafio e tanto para o Homem Força – mas que não será um problema assim tão grande para ele.

Arte feita para o "Catálogo De Heróis Brasileiros" de Lancelott Martins.

Homem Força - por Márcio De Macedo/2020

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